sábado, setembro 02, 2006

PIRATARIA


Constantemente tenho lido opiniões, de amigos e entendidos no assunto, no que tange a PIRATARIA.
Vejo defesas veementes dos mesmos, em relação aos interesses das pobres trans-nacionais, em detrimento dos terríveis pirateadores que nos abordam em todos os lugares da cidade defendendo o seu escasso dindin, oferecendo a cada momento CDs DVDs e outra tantas coisa mais que são confeccionadas muitas vezes pelos próprios vendedores, e em outras não, como é o caso de grifes famosas de perfumes, tênis e etc...
Acho justas algumas dessas defesas. Afinal me considero um tanto legalista. E também sei como funciona a máfia da pirataria, existe uma séria de considerações que carecem da nossa atenção.
No entanto uma questão mais indecente nos aflige no tocante a pirataria (e esta legalizada através da nossa Lei de patentes aprovada em 1996. Nos moldes das Constituições japonesa e iraquiana).
A forma indecente como o nosso Congresso tratou a matéria, inclusive aprovando a Lei, que legalizou a biopirataria, nos moldes que contribua com que recursos estratégicos sejam extraídos do Brasil, sem que tenhamos nenhuma contrapartida, é que causa revolta.
No meu entendimento analiso a questão, como que se venha usando dois pesos e duas medidas, ou seja, se os interesses feridos são das trans-nacionais, devemos reprimir os terríveis criminosos com a força e o peso da Lei, já se a questão são os fartos recursos naturais da Amazônia, estes sim podem ser usados, patenteados e auferir lucros para as trans-nacionais, sem que os mesmos tenha nenhum problema.
E aí registro minha indignação.
Sabidamente o maior “caçador” de piratas é o governo dos Estados Unidos, e é exatamente ele o maior de todos os piratas que conhecemos. Para que tenhamos idéia, o escritório de patentes do Estados Unidos constantemente vem abocanhando o premio de “Pirata da cara-de-pau”, este escritório registrou por exemplo a patente da ayahuasca, ignorando direitos ancestrais dos índios da Amazônia, a Universidade de Toledo em Ohio, não apenas registrou a patente de uma planta medicinal etíope, como agora se acham no direito de cobrar dos nativos da Etiópia pelo uso da planta que eles descobriram e cultivam, sem falarmos dos japoneses que patentearam, o cupuaçu, o açai, a andioba, o jambu e etc...
O premio que o escritório recebeu é conferido pela coalizão contra a biopirataria , uma associação de ONGs internacionais..

A toda poderosa NASA, que é uma Agencia que trata de assuntos espaciais, tem um único projeto na terra, que curiosamente se desenvolve na Amazônia, com o apoio do Museu Emilio Goeldi e Embrapa. E aqui a coisa é mais indecente por que além de surrupiar nossa biodiversidade, os sacanas corrompem mentes. Digo isto porque há algum tempo tive uma discussão com um amigo, doutor em Ciência Agronômica, e que é um dos poucos cientistas do Brasil que faz parte do projeto, já que é 300 do estrangeiro contra uns minguados não mais que 20 do Brasil, e quando o tema tomou proporções do sem jeito o meu amigo me disse, Pô Zezé, os caras fizeram uma lavagem cerebral na gente. Ai meu não dá para continuar.
Só a titulo de informação nos Estados Unidos há 30 anos, existiam por volta de 20 laboratórios de biotecnologia, hoje possuem mais de 1300.
E então devemos manter nossa posição pró USA ou pró Brasil em relação a pirataria?
É uma questão que nós brasileiros temos que aprofundar.

Um comentário:

Titina disse...

Gracias por pasar. Aca la pirateria es moneda corriente. Siento pena de pertenecer a un país trucho.