DELEITE

O limiar vespertino de um domingo, de um já quase acabado ano, é chuvoso, o que o torna preguiçoso, modorrento. Ai me recordo de um velho compromisso ainda não cumprido, e aproveito para realiza-lo. A missão é simples fazer uma copia de uma coleção dos Beatles, que trouxe do Japão, promessa feita ao companheiro Zé Luiz já há bastante tempo, e até então não cumprida.

Produzidas as cópias, a coleção é composta de 3 cds, tenho que ouvi-las para que não haja qualquer dúvida no tocante a qualidade das mesmas. Ouvir os Beatles é sempre mais que um prazer, é um deleite, e ao me deleitar, fico na janela observando a chuva e a natureza como um todo, e como é final de tarde a passarada começa o retorno aos seus ninhos, fico maravilhado ao perceber uma revoada de periquitos, que num burburinho peculiar a eles, rasgam o céu numa dança, onde a precisão das cartas náuticas da Escola de Sagres, é coisa pequena diante das piruetas, rasantes e manobras bem realizadas por eles, um encantamento que não para, pois em seguida, uma garça traça seu garboso trajeto etéreo, escoltada por dois pombos, momentos de rara beleza que só mesmo a grandiosidade divina é capaz de produzir. Vem-me a mente a foto que o companheiro Nilton me enviou (e que postei), que retrata o sorriso da natureza, e me recordo dos momentos que passamos juntos, eu, Nilton, Pedro Nelito e nosso compromissado amigo Duda Bueres, no bar dos Beatles, na sexta feira passada, uma benção que só os amigos podem propiciar.

ANO NOVO!

O descortinar de uma nova era, proporciona em cada um de nós perspectivas e sonhos, além de possibilidades. A trajetória que temos a percorrer neste novo amanhã deve ter em conta, nossos erros e acertos, que voluntária ou involuntariamente, cometemos neste ontem que se foi.

Então, preparemos-nos para o inevitável novo que chega. A cada ano, a celebração do Natal e as festas do ano novo nos remetem a mais um início: nascimento físico ou um tempo diferente para a vida. E eis que se impõe o renovar, que desperta em nós a busca pelo novo. É o que podemos chamar também de esperança. Que através dos tempos, dos muitos milênios de uma trajetória desigualmente ascendente, vem se construindo, com esperança, sociedades perpassadas por intenções boas e freqüentes más ações.

Num balanço rápido do ano que se foi, percebemos contas contraditórias, de um lado superávits inacreditáveis produzidos pela inteligência humana, ao lado de déficits de indignar, oriundos de sentimentos incertos. Equaciona-se assim a contabilidade que devemos arrastar para a nova era.

O novo ano começa assim, como termina o velho: em meio a desafios de tornar o mundo mais humano e fraterno. Para tanto, a ferramenta essencial ainda não desapareceu, a velha, mais sempre viva e verde esperança continua a insuflar, como vento camarada, as velas do velho e inquieto navegante que todas as noites sonha com a volta ao paraíso, do qual, no início dos tempos, se deixou expulsar.

Fé na vida, fé no que virá. Que neste novo ano, sejamos iluminados pela luz da bondade e conduzidos pelos caminhos da fraternidade. PAZ para o mundo.

ACASO.

A foto retrata um momento mágico e transformador na natureza, a lente do companheiro José Luiz, conseguiu, casualmente captar o momento em que a folha se desprende de sua árvore, e num ballet encantador persegue o caminho da transformação.
Raro momento

TORQUATO NETO.

Sem nenhuma razão aparente, mas com todas as razões do mundo. Homenageio hoje esta figura ímpar da cultura brasileira. Piauiense de Teresina, Torquato Neto tem uma importância marcante , não só para a música, mas para a arte brasileira em seu sentido geral.
Para fechar esta reverência publico um poema muito bonito do mesmo.
Detalhe: a aparência guevariana é proposital com certeza.

O FATO

Na água em que me lavo,

o teu escarro.

No prato em que almoço,

tua moléstia.

Nas coisas que eu afirmo,

tua idéia.

Na minha voz que fala e chora e cala,

a tua mentira.

Atrás de mim passeias livremente

e não te esbarro

não me volto e não te enxergo.

Te sinto apenas a repetição da minha angústia

vezes dois

e te imagino torto

e te sei um fato ereto em minhas costas,

caminhando.

Assustam-me os meus dedos: são os teus,

magros, inúteis.

Reparo à tôa num espelho: a minha face

não é mais minha, mas a tua

e teu desdém.

Na rua, amigos me perguntam como vou.

Digo: vai mal, vai mal...

E deixo que teus passos me insinuem na ida

e me obstruam a vinda.

Sempre estou lá. Não saio

do arcabouço do meu corpo.

Calabouço?

Digo: balanço – mas por detrás sussuras:

Masmorra indissolúvel em que te encontras.

E eu fico.

FELIZ NATAL

Outra vez é NATAL, outra vez devemos refletir sobre a VIDA, sobre o AMOR e também sobre nossas atitudes.

É certo que o NATAL nos revela a melancolia das tardes de domingo, na verdade ele somatiza em um só momento, toda a melancolia que sentimos nas tardes de domingo, no entanto não devemos curtir tão somente este lado do NATAL, porque ele nos arremete e nos faz viver um clima de festa que independente de crenças, traduz amor, e nos faz solidários, ou pelo menos, desperta o sentimento da fraternidade.

Vivamos então o NATAL em toda a sua plenitude amemo-nos com mais intensidade, compartilhemos a alegria própria do clima natalino, mostremos ao mundo nossa gratidão pelo milagre da vida, que por si só já traduz uma dádiva divina, agradeçamos pelos amigos, este bem tão maravilhoso incomparável a qualquer outro bem, escancaremos nossa alegria pelo milagre do nascimento do Messias, brindemos e louvemos a PAZ.

Elevemos nossos corações ao alto numa prece pela fraternidade universal, que a figura do menino Jesus abrande os sentimentos mesquinhos que habita em nós, pobres mortais.

FELIZ NATAL!

PUTA X PUTO

Recebi um e-mail da amiga Mírlei, e nele as mulheres questionam a gramática com muita pertinência, vejamos:

A Sociedade Feminina Brasileira se queixa do tratamento machista existente na gramática portuguesa (com razão). Veja só alguns exemplos:

Cão....................... melhor amigo do homem
Cadela................... puta
Vagabundo........... homem que não trabalha
Vagabunda........... puta
Touro...................... homem forte
Vaca...................... puta
Pistoleiro................ homem que mata pessoas
Pistoleira................. puta
Aventureiro............ homem que se arrisca, viajante, desbravador
Aventureira............ puta
Garoto de rua....... menino pobre, que vive na rua
Garota de rua....... puta
Homem da vida.... pessoa com sabedoria adquirida ao longo da vida
Mulher da vida...... puta
O galinha.............. o "bonzão", que traça todas
A galinha .............. puta
Tiozinho.................. irmão mais novo do pai
Tiazinha.................. puta
Feiticeiro................ conhecedor de alquimias
Feiticeira................ puta
Roberto Jefferson, Zé Dirceu, Maluf, ACM, Jader Barbalho,Eurico Miranda.................. políticos
Mãe deles .............. putas

E para finalizar...
Puto........................ nervoso, irritado, bravo
Puta........................ puta

Depois de ler este artigo,
Homem..... vai sorrir
Mulher........ vai ficar puta!

CHICO O POETA DA FRESTA

Este é o titulo da festa de encerramento do ano letivo da escola da minha filha, o tema central foi: "Mendara canta Chico". Eu explico, minha filha estuda na Escolinha Mendara cujo coordenador, professor Osmar é ardoroso fã do nosso poeta cantor, inclusive tem um livro editado com a obra do Chico.

A escola tem por princípio promover e estimular o senso crítico em seus alunos, a maioria dos trabalhos extra classe se valem de figuras ilustres e suas obras para que não só os alunos, mais também seus pais observem o mundo com olhos mais apurados e sensíveis.

Seguindo esta linha, a escola promove, por exemplo, em junho, suas atividades pautadas em figuras e cultura paraenses, os trabalhos são desenvolvidos se valendo de Waldemar Henrique, Nilson Chaves, e outros tantos que contribuem para a cultura paroara.

Já no encerramento do ano letivo, a escola se vale da obra de figuras importantes no contexto nacional, para refletir a história do Brasil, não raramente me emociono, os temas são apresentados de maneiras a se fazer uma reflexão do nosso passado, mas, olhando para o nosso futuro, os temas são divididos por séries, então algumas trabalham Carlos Drummond de Andrade, outras Tarsila do Amaral e etc...

As turmas da 1º a 4ª trabalharam Chico Buarque, e foi emocionante a forma como á cada apresentação o tema musical que era encenado pelos alunos, era prefaciado por um comentário, e em cada um deles minha memória me conduzia para a imagem e lembrança de um amigo, e foi assim que quando rolou, por exemplo, funeral do lavrador e lá estava o companheiro Nilton na lembrança, da mesma forma que quando ecoou tatuagem lá estava o dileto amigo Bassalo em pensamento, e lá vinha o querido Bueres na carona de noite dos mascarados, e para aumentar a emoção me encontro com velhos e novos amigos, como é o caso do meu amigo Marcílio Guerreiro, velho contemporâneo de Faculdade, e também meu dileto e novo, mas já terno amigo Eduardo Feio também amigo de academia, só que agora no curso de Direito, e cuja filha Bruna, também se apropria do saber que lhe oferece a Escolinha Mendara. Mas o grande e emocionante desfecho ocorreu quando todos os alunos, puxados por “Vai Passar” adentraram o recinto promovendo um grande carnaval e convocando a todos, e aí entraram os professores e pais de alunos numa grande confraternização, à parte disso uma cena me comoveu muito, foi o abraço saudoso do professor Osmar com a tia Nádja, que com certeza ainda não se refez da dor da perda de seu filho Dudu e foi um pranto só, ele que partiu prematuramente aos 23 anos, sempre se fazia presente nestas ocasiões, e sempre com muita alegria.

Em resumo um início de domingo maravilhoso e digno de ser partilhado.

Parabéns para Escolinha Mendara.

SHOW DA NATUREZA

A foto me foi enviada pelo companheiro Nilton, é a beleza captada pela lente de alguém que desconheço, mas que certamente possui uma sensibilidade notável, além de muita sorte.
É uma forma da natureza expressar o que transcende ao Homem.

TRASGRESSÃO!

Acho que o mundo esta carecente de transgressores, a apatia, aliada ao encimesmamento das pessoas, resulta num mundo submisso aos padrões que por vezes são editados, tão somente para beneficiar minorias.

VIVA AO CACHORRINHO.

A DELICIOSA BRÁZ!

Meu Mestre Maurício Leal Dias, sempre antenado, me enviou uma foto por e-mail que por si só já fala muita coisa, mas ele deu mais vida a mesma, anexando um trecho de uma música, um Rock paroara da banda Stress.
Eu quase descrente nos Homens, ainda sustento esperança de que o mundo vai melhorar.
Que horizonte se apresenta para as crianças jacentes???????

O rock.
"Eu vinha voltando pra casa
Quando encontrei uma coisa jogada no chão
Parecia um monte de trapos
Um bicho, um lixo sujando a visão
Mas alguma coisa se mexia
E um sussurro me pedia um pouco de atenção
Que a vida é uma jogada
Cartada de nada, que lança
Lixo Humano"

LISONJA

Assim fiquei, lisonjeado, com o mimo que recebi da amiga Kiara. É um premio que estimula o pensamento a produzir mais e mais do que nos vem de dentro, e que certamente nos externaliza através do livre pensar. Obrigado amiga.
E seguindo o ritual ofereço o mesmo aos seguintes blogueiros:

Blogdopedronelito.
DISPERSAMENTE
Ex-Direito e Esquerdo
Não se pode guardar o Vôo de um passáro
Pedra de alquimia.

SACANAGEM!

O olhar raso que a mídia nos oferece do mundo, faz carecer um empenho maior de cada um, na busca da essência das coisas, é necessário escindir o que é escatológico do que não o é.
O comentário tem uma razão, é que eu sempre vi na Elisa Lucinda, tão somente uma atriz da Globo, quando na verdade a mesma é mais poetisa que atriz, inclusive ela mantém há sete anos a "Escola Lucinda de Poesia Viva" onde ministra aulas de interpretação teatral de poesia, possui livros editados e também CDs gravados. Mas o que me fez postar este comentário, foi um e-mail que recebi da minha amiga Mírlei, com o poema "SACANAGEM", evidentemente que de Elisa, e que Ana Carolina recitou em um de seus shows.

Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta a prova? Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta a prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração ta no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. 'Não roubarás!', 'Devolva o lápis do coleguinha', 'Esse apontador não é seu, minha filha'. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até hábeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de.sacanagem!
Dirão: 'Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!
E eu vou dizer: 'Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.' Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e.o.escambal.
Dirão: 'É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem.que.veio.de.Portugal!'
E eu direi: 'Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final!