domingo, setembro 30, 2007

INVENTIVIDADE.

Navegando na maionese

MÍDIA

A mídia é importante, mas as vezes comete falhas.

segunda-feira, setembro 24, 2007

CIDADANIA

Com muita freqüência, ouço em palestras, conferências ou mesmo em papos entre amigos as frases, “resgatar cidadania ou resgate de cidadania”, não aceito as mesmas, e na última vez que as ouvi, fiz ressalva. Foi por ocasião da nossa Semana Jurídica, na Faculdade, o palestrante, Dr Guilherme Roberto Viana Filho, tratava da questão da Aids, e fazia citações ao Manual de Práticas Jurídicas em HIV/Aids, e ao explana-lo saiu a frase.
As razões que me faz discordar, passa diretamente pela questão da própria cidadania, lembro-me que ao ser aberto a fase de perguntas, indaguei ao palestrante, “em que momento da história o brasileiro teve cidadania plena?” O mesmo argumentou a Constituição Federal de 1988, e mais algumas normas positivadas que imperiosamente tratam do assunto.
Ocorre que no meu entendimento cidadania é algo que se adquire através da conquista, e lamentavelmente tenho assistido uma sociedade ansiosa por uma cidadania imposta por força de Lei, o que no meu entendimento é pura utopia.
Para facilitar meu ponto de vista vou relatar fatos que me faz entender que a cidadania que a sociedade almeja é inconquistável.
Este tão sonhado atributo, que eu nunca tive, está sempre sendo alvo do desejo dos outros, e vejo sendo roubadas todas as possibilidades de atingi-la, senão vejamos: Constante e insistentemente vejo o alcaide municipal investir no seu intento de derrubar a arborização da 25 de setembro para transformá-la num grande eixo de escoamento de veículos. Da mesma forma vejo meia dúzia de moradores do conjunto do Basa, querer para si a pose de um bem que é meu, e que é de todos, já que aquela área é pública, em nome de uma segurança que eles não têm.
Sei que muitos ao lerem este artigo, vão achar no mínimo estupidez da minha parte pensar assim, e eu por minha vez, não os acharei estúpidos de um todo, e digo isso porque conheço um pouco da história, e sei que o imaginário coletivo desta sociedade é todo sedimentado nos pensamentos burguezes do século retrazado.
Quando a burguesia européia construiu o Estado, quem menos tinha importância era o ser humano, apesar da aparente preocupação com o ser, eles estavam mais preocupados em priorizar a máquina, a tecnologia.
Estou escrevendo este artigo, porque hoje participei de uma discussão em que vi a extensão deste pensamento tentando se perpetuar em nós, de forma paradigmal, sem a menor reflexão lógica.
E então eu dizia para o meu interlocutor, que defendia a abertura da 25 de setembro, “está bem quer dizer que eu tenho que privilegiar a máquina, os carros, em detrimento de mim, que necessito do verde e da segurança que aquela via dá a quem por ela transita, quer seja pedestre quer seja o condutor, bem como tenho que dar aos moradores do conjunto Basa o meu direito de ir e vir?”, na verdade ele nunca tinha parado para refletir que é a cidadania dele que está sendo pisoteada, aviltada mesmo, no momento em que ela é postergada em favor da máquina, e que são essas atitudes, e que sempre parte das classes que dirigem, que inviabilizam não o resgate, mas a construção da tão sonhada cidadania.


MORFEU.

A minha vida é quase que totalmente construída em bases emotivas, sempre valorizei e continuo valorizando o que dá prazer pra minh'alma.
Sempre que posso estou cascavitando minhas memórias, as vezes sem querer e por vezes motivado por alguém ou por alguma coisa, faz poucos dias estive bebericando com meus amigos Bueres e Nilton, alguns retratos foram feitos, dos quais um em que o nosso amigo Bueres se deleita nos braços de Morfeu, além de outros, inclusive um que me foi enviado de forma muito moderna pelo companheiro Nilton, coisa com a qual eu sinto uma certa relação de dificuldade, o fato é que ele não chegou a mim, mas vou cobrar do meu amigo Nilton tal retrato, até porque ele me foi enviada com o intuito de ser objeto de postagem, mas deixemos as delongas de lado.
O retrato do Bueres em repouso profundo foi enviado para o amigo Pedro Nelito, que logo o transformou em um poster, lendo o mesmo lembrei-me que semelhante retrato, mas com outro amigo, fazia parte do meu acervo de lembranças, e pensei vou arremedar o Nelito.
O retrato que postei, fotografou um momento de uma viagem que realizamos ao meu torrão, lá pelas bandas do sertão, meu dileto amigo Nilton após ingerir muitas porções do Néctar dos deuses, se encontrou com uma baladeira, dessas que são feitas somente para os filhos dos deuses, e esse momento foi perpetuado pelas lentes apuradas do companheiro Mangaba, que passo a socializar com todos os blogueiros e não blogueiros.

ARTE E QUE ARTE!

Acho muito pai dégua o artista, em todas suas formas de arte. Mas o parceirinho que produziu esta obra, realmente arrasou.

quarta-feira, setembro 19, 2007

E TUDO MUDOU



Recebo um e-mail muito carinhoso, de uma sobrinha muito cheia de carinho, acho por bem socializa-lo. É do Luiz Fernando Veríssimo.

E tudo mudou..

O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confeti virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bike
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira..
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
.... de tudo.
Inclusive de notar essas diferenças.

domingo, setembro 16, 2007

VICTOR JARA

Há exatos 33 anos, era assassinado pela ditadura Pinochet, Victor Jara, um ícone da música latino americana. A forma como foi perpetrada sua morte, realmente é revoltante.
Uma testemunha relata que os algozes, ao cortarem as mãos do músico, lhe teriam dito: "Agora pode tocar violão". Dias depois, sua mulher, Joan Jara, identificou o corpo dele, fuzilado e com as mãos amputadas. No estádio, Victor ainda escreveu seu último poema, no qual transparece toda a sua dor e sofrimento, a um passo da morte, contemplando com profunda tristeza o que acontecia com seu país:

"É este o mundo que criaste, meu Deus?
Para isto os teus sete dias de assombro e trabalho?
Como me sai mal o canto quando tenho que cantar o espanto!
Espanto como o que vivo.
Como o que morro, espanto".

terça-feira, setembro 04, 2007

UTOPIA VIÁVEL

A forma de viver moderna por vezes me consterna, ainda assim acredito no homem e em sua infinita capacidade transformadora.
Por conta disso estou postando um escrito, cujo autor se prefere "Anônimo".
Mas é interessante e reflexivo.

Fui criado com princípios morais comuns.

Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação a
segurança era a de que os “lanterninhas” dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com
os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo.
Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito
e consideração. Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder deseducadamente a policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades.
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro,
da cidade. Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo que perdemos.
Por tudo que meus netos um dia temerão.
Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos.
Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidade de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial.
Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de multas.
Policiais em blitz são abuso de autoridade.
Regalias em presídios são matéria votada em reuniões.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.
Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.
Não levar vantagem é ser otário.
Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos.
Professores surrados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas.
Crianças morrendo de fome! O que aconteceu conosco? Que valores são esses?
Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano.
Celulares nas mochilas dos recém saídos das fraldas.
TV, DVD, videogames... O que vai querer em troca desse abraço, meu filho?
Mais vale um Armani do que um diploma.
Mais vale um telão do que um papo.
Mais vale um baseado do que um sorvete.
Mais vale dois vinténs do que um gosto.
Que lares são esses?
Jovens ausentes, pais ausentes.
Droga presente. E o presente? uma droga!
O que é aquilo?
Uma árvore, uma galinha, uma estrela, ou uma flor?
Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo?
Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho?
Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida,
calçado sem sentir medo?
Quando foi que me fechei?
Quero de volta a minha dignidade, a minha paz.
Quero de volta a lei e a ordem. Quero liberdade com segurança!
Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores!
Quero sentar na calçada e ter a porta aberta nas noites de verão.
Quero a honestidade como motivo de orgulho.
Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho.
Quero a esperança, a alegria.
Teto para todos, comida na mesa, saúde a mil.
Quero a vergonha, a solidariedade.
Quero calar a boca de quem diz: “em nível de”, enquanto pessoa.
Abaixo o “TER”, viva o “SER”!
E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva,
limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã! E definitivamente comum, como eu.
Adoro o meu mundo simples e comum.
Ter o amor, a solidariedade, a fraternidade como base.
A indignação diante da falta de ética,
de moral, de respeito...
Discordar do absurdo.
Construir sempre um mundo
melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas.
Vamos voltar a ser “gente”?
Utopia? ...hein? Não...
Se você e eu fizermos nossa parte e contaminarmos mais pessoas, e essas pessoas
contaminarem mais pessoas.
Quem sabe?...