O limiar vespertino de um domingo, de um já quase acabado ano, é chuvoso, o que o torna preguiçoso, modorrento. Ai me recordo de um velho compromisso ainda não cumprido, e aproveito para realiza-lo. A missão é simples fazer uma copia de uma coleção dos Beatles, que trouxe do Japão, promessa feita ao companheiro Zé Luiz já há bastante tempo, e até então não cumprida.
Produzidas as cópias, a coleção é composta de 3 cds, tenho que ouvi-las para que não haja qualquer dúvida no tocante a qualidade das mesmas. Ouvir os Beatles é sempre mais que um prazer, é um deleite, e ao me deleitar, fico na janela observando a chuva e a natureza como um todo, e como é final de tarde a passarada começa o retorno aos seus ninhos, fico maravilhado ao perceber uma revoada de periquitos, que num burburinho peculiar a eles, rasgam o céu numa dança, onde a precisão das cartas náuticas da Escola de Sagres, é coisa pequena diante das piruetas, rasantes e manobras bem realizadas por eles, um encantamento que não para, pois em seguida, uma garça traça seu garboso trajeto etéreo, escoltada por dois pombos, momentos de rara beleza que só mesmo a grandiosidade divina é capaz de produzir. Vem-me a mente a foto que o companheiro Nilton me enviou (e que postei), que retrata o sorriso da natureza, e me recordo dos momentos que passamos juntos, eu, Nilton, Pedro Nelito e nosso compromissado amigo Duda Bueres, no bar dos Beatles, na sexta feira passada, uma benção que só os amigos podem propiciar.